Saiba quem são, quando e como usar o Samu em Piratini
O telefone toca na base e, a partir daí, começa uma corrida que muitas vezes é contra o tempo para salvar uma vida. Isso ocorre com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Mas como e, a partir de quando é realizado um atendimento ainda é uma incompreensão de muitos na população local, assim, buscamos a Responsável Técnica do serviço em Piratini, enfermeira emergencista Hanaí Maruri, 26 anos, que desde 2015 vive o cotidiano da central, para que ela explicasse como a equipe de nove pessoas coordenada por ela (quatro técnicas em enfermagem e cinco condutores socorristas), atua do momento em que o dispositivo toca até a chegada ao local do fato.
“O Samu é um serviço publico gratuito disponível 24 horas à população que somente entra em ação com a liberação da Central Reguladora situada em Pelotas, cidade para onde é direcionada a chamada que as pessoas fazem ao ligar para o número 192”,o que é sempre importante salientar porque muita gente ainda acha que quando liga somos nós que atendemos”, explica a responsável.
“Só somos autorizados a sair da base quando essa central, após ouvir o relato da situação durante o chamado, entende que é uma urgência ou emergência, situação em que temos vários exemplos: parada cardiorespiratória, ou seja: quando o coração e o sistema respiratório da vítima parar de funcionar, acidente de trânsito com vítima, afogamentos ou pessoas que sofreram choque elétrico”, amplia.
Ela destaca a importância de fornecimento da maior quantidade de detalhes ao acionar o serviço, quando é necessário responder todas as perguntas realizadas pelo “TARME”, sigla para técnico auxiliar de regulação médica, figura que auxilia o médico que a seguir recebe as informações e passa a falar com quem está telefone.
Desse momento em diante para do médico, é crucial ouvir os questionamentos, para quem liga, responde-los com clareza e fazer aquilo que o profissional orienta, pois isso é muito importante, já que ele diz como proceder com a pessoa que necessita de cuidados enquanto a unidade não chega. É aí que começa o atendimento.
“No calor de uma situação grave é normal o desespero ao telefone, mas, para quem está do outro lado da linha, detalhes como o endereço correto para que a ambulância chegue o mais rápido possível é de extrema importância”, explica a enfermeira emergencista.
A cena
Para o estresse da cena que muitas vezes envolve os familiares ou populares em desespero, é necessário preparo técnico e psicológico, o que garante Anai é algo que a equipe tem e está preparada, uma vez que todos os dez integrantes são profissionais prontos para enfrentar situações adversas, já que responsáveis técnicos frequentam a faculdade durante cinco anos, as colegas o curso técnico de enfermagem por dois anos e mais seis meses de estágio, e os condutores, além do curso de condução de emergência, também fazem outras duas capacitações: suporte básico de vida e atendimento pré-hospitalar.
“Estudamos, nos capacitamos, gostamos e temos segurança no que fazemos, assim estamos aptos a atuar em situações complexas, inclusive aonde muitas vezes não teremos a ajuda de ninguém, pois nossa realidade é de um município extenso com relação à zona rural”, disse.
Para o secretário Diego Espíndola, responsável por implantar o Samu no município em 2010, o serviço atendeu as expectativas e hoje é imprescindível.
“Nossa principal intenção com a criação do serviço foi ofertar uma equipe em tempo integral à população durante o ano todo, o que temos mantido mesmo com toda a dificuldade que encontramos. Entendo que estamos conseguindo”, disse Espíndola.
A equipe, gerida por Hanaí, é responsável por cumprir escalas de seis horas diárias, com a óbvia folga, e de 12 horas noturnas por 36 horas de descanso. É formada pelos condutores Tiarles Garcia, Adão Almeida, Sérgio Silveira, Rober Sandi e Adriano Oliveira. As técnicas em enfermagem são: Eliara Cunha, Celeida Dias, Maria Angélica Maciel e Patrícia Gomes.