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O perigo pode estar nas mãos de seus filhos


Em 2019, nossa vida já foi completamente mudada pela tecnologia. Nossas relações de trabalho, família e amizade estão em grupos do WhatsApp e fotos no Instagram e Facebook. Da mesma forma que o uso da internet pode ser positivo e produtivo, também pode ser usado de forma prejudicial, especialmente pelas crianças.


Se antes as crianças estavam presas às programações infantis na TV, hoje têm na palma da mão um universo de possibilidades, com as redes sociais, vídeos na Netflix e no YouTube. Um estudo da organização britânica Internet Matters, indica que 48% das crianças de 6 anos utilizam a internet.


Nos últimos dias, circulou entre os pais do WhatsApp um boato que revive a Momo, que viralizou no ano passado. Segundo o boato, propagado pela revista Crescer, a personagem estaria aparecendo no meio de vídeos do brinquedo slime no YouTube Kids, aplicativo do YouTube com conteúdo infantil, orientando crianças a comportamentos perigosos e ao suicídio. Apesar de o boato ser falso, dispara um alarme entre os pais quanto ao conteúdo consumido pelos filhos na internet.


Alguns pais, preocupados, foram mais radicais e já proibiram o acesso das crianças aos smartphones e TVs com YouTube. No entanto, com as limitações e o monitoramento correto, é possível o uso saudável da internet pelas crianças. Algumas redes sociais, como o Facebook, por exemplo, tem uso permitido somente por pessoas com mais de 13 anos.


A psicopedagoga Lara Gonçalves sugere alguns fatores a serem observados pelos pais em relação ao uso de internet pelas crianças. “Os pais podem observar se há algum abuso se essa utilização dificulta outras atividades dos filhos, como desempenho escolar, o contato social, ou causando malefícios como o transtorno do sono. Também deve observar a quantidade de tempo que passa no celular e a qualidade desses conteúdos”.


Lara também destaca que a privacidade deve ser respeitada levando em conta a idade da criança. Quanto ao uso das redes sociais, sugere que seja restrito somente a familiares e amigos da mesma idade. “É importante que os pais expliquem para os filhos o tipo de conteúdo adequado para suas idades”.


Outro ponto levantado por Lara é o exemplo dos pais. “Os pais que passam muito tempo na internet, os filhos ficam sem a noção de quanto tempo é gasto. Os pais precisam passar mais tempo de qualidade e dedicação com os filhos. Ensinar, aprender, fazer a lição de casa, abraçar, beijar, mas também fazer cumprir o não, impor regrar e limites”.


A SaferNet, entidade de Direitos Humanos pelo uso seguro da internet, destaca que o uso da web e das redes sociais pelas crianças deve ser monitorado pelos seus responsáveis. A entidade orienta que os pais tenham um diálogo aberto com os filhos, permitindo que eles comuniquem qualquer tipo de conteúdo que os cause medo e desconforto. A entidade também destaca que a proibição “não educa e não previne”, e diz que é importante estabelecer regras e limites.


Uma das formas de garantir o uso mais seguro de smartphones por crianças, é o uso de aplicativos que monitorem as atividades do dispositivo. O YouTube Kids, apesar da polêmica, possui conteúdo infantil monitorado constantemente pela Google e é uma opção segura. A Netflix tem em seu site e aplicativo a opção de bloqueio de conteúdo adulto, mostrando apenas desenhos e filmes com classificação indicativa livre para todas as idades.


No entanto, mesmo com as possibilidades de segurança oferecidas pelos aplicativos e sites, o filtro de conteúdo mais seguro são os próprios pais, que devem acompanhar de perto e diariamente o conteúdo acessado pelos filhos e fazer parte de suas vidas online.

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