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Fadiga, insônia e dor são os principais sofrimentos causados pelo câncer, relatam pesquisadores

O tratamento contra um câncer pode acarretar sofrimentos de diferentes naturezas. Fadiga, insônia, dor, perda de apetite, ansiedade e depressão foram os mais encontrados entre pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) que participaram de um estudo da instituição com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Os resultados estão em artigo de 27 de fevereiro da “Revista Brasileira de Enfermagem”.


De setembro de 2015 a dezembro de 2016, 107 pacientes dos Ambulatórios de Quimioterapia e Radioterapia do Icesp foram avaliados por meio de questionários sociodemográficos e escalas hospitalares que medem graus de ansiedade, depressão e qualidade de vida. Os tipos de câncer mais encontrados entre os participantes foram colorretal (49,5%), de mama (24,3%) e próstata (8,4%). A maioria dos pacientes acompanhados era mulher (56,1%), com idade média de 55 anos, diagnosticadas há pouco mais de 13 meses, em média, e em boa capacidade funcional.


As queixas pelos efeitos colaterais do tratamento e pelo impacto emocional do câncer na vida do indivíduo e da família foram consideráveis: 76,6% estavam com fadiga; 47,7%, insônia; 42,1% se queixaram de dor; 37,4% sofriam de perda de apetite; 31,8%, de ansiedade; e 21,5%, depressão. Estavam em tratamento com quimioterapia 67,3% dos pacientes, e 32,7% eram submetidos a radioterapia.


“Apesar dos avanços no tratamento do câncer, alguns dos quais são oferecidos aos pacientes avaliados, a prevalência de sintomas físicos e emocionais ainda é alta e afeta a qualidade de vida. Com o estudo, pretendemos chamar a atenção para o sofrimento dessas pessoas e contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes para o manejo dos sintomas observados”, diz Marina de Góes Salvetti, da Escola de Enfermagem da USP.


Para a pesquisadora, o estudo também traz contribuições para o trabalho de enfermeiros e outros profissionais da saúde junto a pacientes com câncer. “Conhecer os sintomas mais frequentes e sua relação com a qualidade possibilita um melhor planejamento da assistência em serviços de quimioterapia e radioterapia, levando a um cuidado com maior segurança e melhores resultados.”


De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve ter cerca de 625 mil novos casos de câncer por ano de 2020 a 2022. O câncer de pele não melanoma deve permanecer como o mais incidente, com a expectativa de 177 mil novos casos por ano, seguido dos de mama e próstata, com cerca de 66 mil casos cada.


Por Agência Bori

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