População quilombola da Região Sul tem a maior taxa de alfabetização do país, mostra Censo
Novos dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE mostram que a região Sul tem a melhor taxa de alfabetização entre as pessoas quilombolas. Na região Sul, 89,96% das pessoas quilombolas são alfabetizadas. A região tem também a maior taxa de alfabetização da população total, que é de 96,55%.
Entre as pessoas quilombolas, a região Norte tem a segunda melhor taxa de alfabetização (91,84%), enquanto no total, a região tem a segunda pior taxa entre as cinco regiões do país (87,45%) – melhor apenas que a taxa de região Nordeste (78,4%). As piores taxas de alfabetização são da região Nordeste: 85,79 no total e 78,40 entre pessoas quilombolas.
As taxas da região Sul estão acima das médias nacionais. No Brasil, a taxa de alfabetização das população é de 93%. Entre as pessoas quilombolas, o percentual é de 81%.
Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Quilombolas: Alfabetização e características dos domicílios”, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira. O Censo Demográfico 2022 investigou, pela primeira vez, o pertencimento étnico quilombola dos moradores de localidades quilombolas e recenseou mais de 1,3 milhão de pessoas quilombolas em 25 unidades da federação –não foram recenseadas pessoas quilombolas em Roraima e no Acre.
Dentro e fora dos quilombos
Os dados mostram ainda a diferença de alfabetização das pessoas quilombolas que residem dentro ou fora de territórios quilombolas oficialmente delimitados. Em todas as a taxa é um pouco maior entre as pessoas que vivem fora dos territórios oficialmente delimitados.
Na região Sul, a taxa de alfabetização dos quilombolas que vivem fora dos territórios é de 90,24%; entre os que vivem dentro dos territórios, é de 88,08%.
RS é o nono na alfabetização de quilombolas
No recorte por estado, o Rio Grande do Sul ocupa a 9ª posição. A taxa de alfabetização entre as pessoas quilombolas é de 90,26%, enquanto entre a população total, o RS tem a terceira melhor taxa (96,89%), juntamente com o estado de São Paulo.
O Distrito Federal é a única unidade da Federação com as melhores taxas de alfabetização, tanto em relação ao total da população, quanto no recorte das pessoas quilombolas. É também a única em os quilombolas (98,74%) possuem taxa de alfabetização acima do total da população (97,23%).
Alfabetizado, não alfabetizado, taxa de alfabetização
É considerada alfabetizada a pessoa de 5 anos ou mais de idade que sabe ler e escrever pelo menos um bilhete simples ou uma lista de compras, no idioma que conhece, independentemente de estar ou não frequentando escola ou de ter concluído períodos letivos; que tinha essa habilidade, mas se tornou fisicamente ou mentalmente incapacitada para a leitura ou escrita; a pessoa que utiliza o Sistema Braille.
Não é alfabetizada a pessoa de 5 anos ou mais de idade que nunca aprendeu a ler e a escrever; que sabe apenas assinar o próprio nome, mas não sabe ler nem escrever um bilhete simples; que aprendeu, mas esqueceu, devido a um processo de alfabetização precário que não se consolidou.
As taxas de alfabetização ou de analfabetismo levam em conta o percentual de pessoas com 15 anos ou mais que sabem ou não ou não sabem ler e escrever.
Sobre o estudo
A publicação traz, de forma inédita, estatísticas sobre aspectos relacionados à sua alfabetização e às características de seus domicílios, importantes atributos para o conhecimento de sua realidade e o exercício de sua cidadania. IBGE divulgou ainda informações sobre as localidades quilombolas, com um mapeamento inédito das localidades quilombolas existentes no país.
As primeiras estatísticas oficiais sobre esse grupo populacional no Brasil, recentemente divulgadas, forneceram um panorama inédito de sua distribuição no território, bem como sobre os quantitativos de domicílios.
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