Eduardo Leite articula contra reajustes dos poderes no RS
Governador visitou bancadas de PSD, PSol e PCdoB sobre o tema
O governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta segunda-feira que considera “inoportunos”, diante da crise fiscal, os projetos de reajuste salarial para os representantes e servidores dos Poderes estaduais, os quais deverão ser apreciados pelo plenário do Parlamento nesta terça. Leite visitou bancadas do PSD, do PSol e do PCdoB, dando prosseguimento à sua investida para estabelecer diálogo com os deputados.
“Não tenho objetivo de fazer mobilização política com estas visitas. Estou buscando apresentar meus argumentos. Tenho dito aos parlamentares que o Estado não pode abrir mão de receita, assim como entendo que não pode ampliar despesas”, apontou o governador eleito.
Leite sustentou nos encontros não considerar oportuno que servidores de outras instituições do setor público recebam aumentos, ao passo que os servidores do Executivo, que representam a maior fatia do funcionalismo, estejam recebendo os vencimentos deste mês com doze dias de atraso e tenham seus salários congelados há quatro anos. “Respeito a legítima pretensão dos servidores de buscar sua reposição inflacionária, mas considero inoportuna, por serem servidores que já possuem médias salariais maiores, que recebem em dia, em contraponto a servidores do Executivo que só começaram a receber a primeira parte dos salários nesta segunda-feira”, argumentou.
Além da tentativa de retardar os reajustes, que terão impacto de cerca de R$ 130 milhões anuais, Eduardo Leite também buscou convencer parlamentares a votarem a favor da manutenção das alíquotas do ICMS por mais dois anos. “Vemos de forma semelhante a questão dos reajustes. Porém, a pauta sobre o ICMS é um pouco mais complicada, pois fomos contrários na votação passada e é difícil mudar este tipo de posição”, comentou o deputado Juliano Roso (PCdoB), após a reunião com Leite. Roso, contudo, elogiou a postura do governador eleito de procurar as bancadas para dialogar sobre o futuro do Estado. “Isso não ocorria havia quatro anos", avaliou.