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Empresas se adaptam para atender restrições da bandeira preta

Com a classificação em bandeira preta vigente em todo o Rio Grande do Sul há duas semanas, restringindo grande parte da atividade econômica, as empresas que podem seguir funcionando enfrentam a necessidade de se reinventar para poder atender seus clientes.

Em Piratini, lojistas se manifestaram na última terça (9) pedindo a abertura do comércio e a volta da cogestão, sistema em que os municípios podem adotar medidas mais brandas que as propostas pelo governo do Estado. O governador Eduardo Leite anunciou que planeja a volta da cogestão para o dia 21, no entanto, com o endurecimento dos protocolos da bandeira vermelha.


O polo madeireiro, uma das principais atividades econômicas de Piratini, mesmo podendo continuar funcionando, precisou passar por adaptações para continuar suas atividades.


Uma destas empresas do polo madeireiro é a WRS, que trabalha com extração de resina de pinus e se instalou em Piratini há poucos meses. João Paulino, gestor de negócios da WRS, ressalta que nesse momento é importante que se sigam as medidas sanitárias.


“Nós que continuamos com restrições, mas com possibilidade de trabalhar, aumentamos ainda mais a responsabilidade em relação a todas as vidas que trabalham conosco”, diz João.


Dentre as adaptações que a empresa precisou fazer, estão o aumento do número de veículos para que os funcionários pudessem manter distanciamento, além de aumentar o espaço entre eles nos intervalos de refeições.


“Aumentaram muito os protocolos de segurança e medidas que antes da pandemia não existiam. Hoje, nossos veículos contam com termômetros, para que as pessoas sejam avaliadas antes mesmo de embarcar”, aponta o gestor.


Outra atividade que pode continuar ativa, mas teve de aumentar restrições, é o comércio de materiais de construção e eletrodomésticos.


Rafael Meireles, gerente da loja Quero-Quero, diz que as restrições tornaram coisas que são simples mais trabalhosas. Mas, segundo ele, os clientes se adaptaram e têm optado pela compra não-presencial, por site, telefone e, especialmente, WhatsApp.


“Apesar de tudo, nossa empresa tem se esforçado, zelando tanto pelos colaboradores quanto pelos clientes. Cumprimos todas as medidas desde o início da pandemia, e reforçamos os cuidados com higienização, disponibilizamos máscaras, álcool gel em abundância, painéis de acrílico, demarcação de distância, entre outras medidas”, destaca Rafael, apontando que são tempos difíceis, mas que a equipe está “preparada psicologicamente para se manter forte e seguir tomando muito cuidado”.


O setor de alimentação e hotelaria também sofre com o impacto da pandemia e das medidas de distanciamento. Segundo Matheus Leitzke, que administra o Restaurante e Pousada Leitzke, foi preciso se adaptar para servir marmitas mantendo a qualidade do serviço.


“Com poucas pessoas na cidade e com um menor fluxo nas ruas, todo o comércio sofre, não só os que estão impedidos de trabalhar, mas também os que estão funcionando”, destaca Matheus, sobre o setor que depende diretamente do trânsito de pessoas.


Matheus aponta que o empenho é para manter os salários dos funcionários em dia e não acabar fechando, mesmo tendo tido que diminuir o número de funcionários para atender os protocolos e diminuir os custos operacionais. “A gente teve que apertar de todos os lados pra poder continuar”, diz ele.


Segundo ele, outro fator que impactou os negócios nos últimos meses foi o fim do auxílio emergencial, que diminuiu drasticamente a renda média das famílias, fazendo com que as vendas de pedidos por delivery diminuíssem.


Nesta sexta (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que as vendas no comércio varejista caíram 0,2% em janeiro, na comparação com dezembro, sendo o terceiro mês seguido de queda.


O setor de móveis e eletrodomésticos teve uma queda de 5,9%, enquanto o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma queda de 1,6%, por exemplo.

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