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Crise na saúde Hospital de Piratini suspende consultas e cirurgias de 1.800 pacientes


Na segunda-feira, 12, se tornou público através da impressa mais um capítulo da crise na saúde no Rio Grande do Sul, devido ao Governo do Estado ter acumulado em dívidas com os hospitais o montante que ultrapassa os R$ 755 milhões. No dia seguinte, o diretor do Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição de Piratini Laerto Farias, anunciou que, a partir desta quarta-feira, 14, seis das sete especialidades em que a entidade é referência não mais teriam seus serviços disponibilizados para pacientes de 21 municípios da zona sul.


Com a decisão, não menos eu 1.800 pessoas que todo mês tinham no hospital a retaguarda para consultas com fonoaudióloga, otorrinolaringologista, urologista, ginecologista, dermatologista, urologista e cirurgia geral deixarão de dar inicio ou sequência no tratamento das doenças pelas quais foram acometidas.


“Ficaremos apenas com a referência em obstetrícia (partos), que teve o contrato recém-renovado, mas o restante não foi mais possível suportar”, disse Farias, ao divulgar que a situação chegou a esse ponto devido ao montante de três milhões trezentos e sessenta e cinco mil reais que o Estado deve ao hospital, confirmando com isso que o Hospital de Caridade Nossa Senhora vinha bancando o pagamento dos médicos especialistas com recursos extraídos do caixa próprio.


“Bancamos até quando foi possível na esperança de que o que nos é devido fosse pago, pois tínhamos uma reserva que agora acabou”, revelou o diretor.


Laerto disse que, desde agosto os pagamentos não são feitos, e até mesmo a verba que é repassada ao Estado pelo Governo Federal não tem chegado na íntegra as instituições, um exemplo disso são os últimos dois meses, quando o Palácio Piratini repassou 65 e 50% respectivamente de um recurso que não lhes pertence.


“O que é da competência e obrigação do Estado nenhum centavo temos recebido há quatro meses. A situação é tão grave que não há mais nem mesmo um cronograma de pagamento”, reclama.


Ele disse que, na última reunião da Federação dos Hospitais, ocorrida na sexta-feira, 09 de novembro, o vice-governador eleito, delegado Ranolfo Vieira, foi claro ao informar que não há perspectiva de que a dívida seja saldada e de que os repasses voltem à normalidade em curto prazo em 2019.


Também reconhecido no Estado por ter uma gestão que oportuniza uma saúde financeira saudável, o hospital terá que, ainda este mês, recorrer a um empréstimo bancário para saldar as duas parcelas do 13º salário dos 146 funcionários da instituição.


“Sacrificamos nosso caixa para manter as especialidades e agora a saída será pegar dinheiro emprestado para cumprirmos o que é de nossa obrigação”, concluiu Laerto Farias.

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